sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um sonho Trans-siberiano


Confesso que nunca fui grande fã de viagens muito longas, nomeadamente em comboio e sobretudo autocarro. Tenho uma enorme dificuldade em dormir em movimento. Mas há excepções! E fazer a viagem do comboio trans-siberiano seria sempre uma delas! É um dos sonhos que me acompanha
Esta é uma viagem de quase oito mil quilometros e tem três trajectos possíveis: O Trans-Manchúria, que liga Moscovo a Pequim, atravessando a Manchúria, o Trans-Siberiano propriamente dito que liga Moscovo a Vladivostok, e o Trans-Mongol que liga Moscovo a Pequim, atravessando a Mongólia. Apesar de ser uma adaptação do Trans-Siberiano, é do Trans-Mongol que vos vou falar pois considero-o culturalmente o mais interessante, em comparação com o Trans-Manchúria, e mais agradável que o Trans-Siberiano propriamente dito, pois este último tem os últimos três dias de viagem passados exclusivamente no comboio.

Moscovo

Antes de subir a bordo, nada como aproveitar uns dias em Moscovo para conhecer algo desta cidade intrigante. Destaques? A Catedral de São Basílio na Praça Vermelha e as fantásticas estações de Metro que equipam a cidade! Se houver tempo, não percam de vista o Mausoléu de Lenine, o Museu do KGB e outros símbolos do passado repressivo do país. A nível social e de convivência, não hesite em passar na Praça Pushkin ou fazer compras no Boulevard Ring.



Kazan e Yekaterinburg

Após uma possível primeira paragem em Kazan, onde pouco mais há para ver do que o Kremlin local, paragem em Yekaterinburg, nos Montes Ural, fronteira da Europa com a Ásia. Nesta cidade, fundada por Catarina, a Grande, e que agora é um centro comercial, qui poderão visitar uma Igreja situada no preciso local onde o último Czar e a sua família foram enterrados, as inevitáveis marcas da época comunista, a Mansão Rastorguez e o parque nas suas traseiras, e ainda alguns edifícios belíssimos.


Lago Baikal

Após passagens por Novosibirsk, Krasnoyarsk e Irkutsk, onde não há muito para conhecer, excepção feita ao povo siberiano, que se considera um povo à parte dado que a sua região foi durante tanto tempo um local de exílio, eis que se chega às águas do Baikal, o maior e mais fundo lago da Ásia. Com cerca de 645 km de comprimento e 80 de largura, tem 1637 metros de profundidade, o que o torna mais num mar do que propriamento num lago. Estima-se que 20% da provisão de água doce do planeta esteja contida no lago. Com uma história geológica de 250 milhões de anos e um número extenso de espécies endógenas, incluido a foca Baikal, está considerado Património da Humanidade pela UNESCO. É um local de paragem obrigatória, até para apreciar a água transparente.

Ulan Ude

O comboio segue então viagem para leste ao longo da enorme margem do Lago Baikal, seguindo até Ulan Ude. Aí chegados, e tendo já percorrido 5500 quilometros, encontra-se uma cidade com fortes tradições budistas e um museu etnográfico fascinante, no qual inúmeros artefactos religiosos entre os quais se inclui um belo Atlas tibetano de Medicina, foram preservados, após terem sido banidos durante a era Soviética. Apesar da forte implantação Budista, os sinais da era comunista continuam a ser uma presença constante.
Após sair de Ulan Ude, onde os carris do Trans-Siberiano (daqui segue-se directamente para Vladivostok, sem paragens) divergem finalmente do Trans-Mongol seguem-se múltiplas horas de viagem até à Mongólia, passando pela cidade fronteiriça de Naushki. A partir daqui entramos num território estéril de estepes, que reforçam o aspecto selvagem de todo o trajecto

Mongólia - Ulaan Baatar e Deserto de Gobi

Entrados na Mongólia, a paisagem pouco muda. A novidade e o avistar de gers, tradicionais tendas redondas usadas por pastores e familiares, a preencher os vales e as colinas.
Chegados a Ulaan Baatar, recomenda-se a paragem! Apesar da cidade ser um pouco descaracterizada, são oferecidos vários circuitos que partem da cidade através das estepes circundantes, os quais são verdadeiras amostras da vida tradicional mongol.
Os mais aventureiros, gastronomicamente falando, podem mesmo experimentar manteiga de iaque e leite de água.
Regressados ao comboio, enfrenta-se de seguida o temível Deserto de Gobi, mesmo a sul de Ulaan Baatar. Aqui desde logo se começarão a ver camelos e múltiplos acampamentos de Gers


China

Próximo destino: China! A viagem prosegue até à chegada à cidade fronteiriça chinesa Erlyan. Aqui, paragem obrigatória, mas não para saída. Tem de se preencher a papelada e enquanto isso as carruagens são levantadas para se mudar o eixo das rodas: na China a bitola dos carris é diferente. Burocracias completas, questões técnicas também, o comboio ruma a Sul, em direcção a Pequim, com passagem perto da Grande Muralha da China.
Quanto a Pequim... Bem, Pequim é uma cidade à parte, e só para falar dela teria de escrever outro post tão grande como este! Aí chegados, a sugestão que vos dou é que explorem de metro, táxi ou em áreas como os meandros de Back Lakes, a pé. Lugares como o Palácio de Verão, a Cidade Proibida, pedaços próximos da Grande Muralha em Badaling e Mutianyu e o nome inspirador de Pavilhão da Harmonia Preservada (Hall of Preserving Harmony) ou Templo do Céu (Temple of Heaven) fornecem vislumbres dentro desta grande civilização de surpreendente riqueza histórica. Para conhecer a história mais recente, não perca o Chairman Mao Memorial Hall ou a Praça Tiananmen (Praça da Paz Celestial)

Um dia hei-de fazer isto...

P.S. Nenhuma das fotos utilizadas neste post é da minha autoria.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

We'll always have Paris



França! Paris! Paris de França como dizemos entre amigos... Foi esta a cidade que me recebeu mais vezes até hoje. Já lá fui cerca de 9 vezes e não me canso: é uma cidade especial!

Da componente histórica ao romantismo, Paris acaba por ter tudo. Às vezes até tem chuva a mais, o que felizmente não foi o caso da última vez que lá fui, em missão académica (1 semana de sol em Paris não é para quem quer, é para quem pode, ainda para mais em Março!)

Neste caso, no entanto, vou vos falar mais da viagem que fiz na passagem de ano 2007/2008, porque penso que foi bastante completa e deu para visitar praticamente tudo o que se desejava.

No primeiro dia, na parte da manhã, deslocámo-nos para os lados do Panteão, e seguimos sempre a pé pelas Arènes de Lutèce, seguindo pelas traseiras do Panthéon, descendo até ao Quartier Latin , antes de entraramos na Île de France. Notre Damme é paragem obrigatória, tendo de seguida, ainda no mesmo quartier para a Sainte Chapelle, à posteriori passando pelo mais antigo relógio público de Paris situado na Gendarmerie, bem junto ao Sena, na île de France, passando pela Tour de Saint Jacques, pelo Hôtel de Ville e caminhando até ao museu da magia onde tivemos um fim de tarde bem animado a desvendar alguns truques que fascinavam desde a infância. À saída do museu a noite já se tinha posto, e foi hora de recolher a Montparnasse, onde estávamos (muito bem) instalados.

O dia 2 foi o dia da magia: a Disneyland Paris esperava por nós! Se a meu ver é um local mágico só por si, imaginem em época natalícia, com ambiente gelado e no limiar da neve! Foi fantástico... A nossa prioridade era, obviamente, andar nos equipamentos que proporcionavam mais adrenalina! Não ficámos decepcionados: Space Mountain, Indiana Jones, Mina, Hollywood Tower Hotel e Aerosmith Roller Coaster. Fantástico! Uma sugestão, por 5€ a mais não hesitem, comprem bilhete para os Walt Disney Studios! Será lá que encontrarão a Hollywood Tower Hotel, onde verdadeiros actores ajudam a recrear um filme bem antigo, onde vamos para um elevador que cai em queda livre, bem como a Aerosmith Roller Coaster " Walk this way"onde os adeptos da velocidade ficam a saber o que é ir dos 0 aos 100 km/h em 2,5 segundos, bem como podem apreciar algumas relíquias musicais. O que vos posso dizer é que o dia passado na Disney Land Paris foi um regresso ao meu imaginário e um dia, apesar de exaustivo, memorável. Não deixem também de visitar as lojas Disney no complexo, há de tudo e vale bem a pena!

Depois do massacre físico da véspera, eis-nos chegados ao dia em que íamos andar mais! Logo pela manhã do terceiro dia seguimos de metro para Pigalle, para subirmos ao local que, a meu ver, tem uma das melhores vistas de Paris: O Sacré-Coeur. Não há volta a dar: A basílica é fantástica e o ambiente que existe nas ruas envolventes não fica nada atrás com pintores, artistas de rua tudo... É um ambiente muito engraçado o que se vive por ali. Saídos do Sacré-Coeur, descemos até Pigalle novamente, atravessando a Red Light Zone de Paris até ao Moulin Rouge onde foram tiradas as fotos da praxe! De seguida, sempre a pé, caminhámos até à Place de la concorde: pelo meio passámos na Opéra, na Place Vandome e na Madeleine. Lá chegados, entrámos nos Jardin des Tuilleries e tínhamos uma opção a tomar: ou seguíamos em direcção ao Louvre (que não íamos visitar), ou andávamos na roda gigante que lá se encontrava para apanharmos (mais uma) fantástica vista sobre Paris ou subíamos os Champs Elysées. A decisão não foi difícil: após umas fotos no meu jardim e dado que a Roda Gigante estava com uma fila enorme, fomos até ao Louvre, tendo de seguida atravessado o Sena e caminhado até aos Invalides onde onde apanhámos o Metro que nos levaria até casa.

Dia 4, o dia mais duro para mim... Íamos enfrentar aquilo que eu menos gosto: uma manhã no museu! Neste caso era o Musée D'Orsay, um edifício antigo, lindíssimo, mas cujas exposições são sobretudo de pintura o que não é propriamente algo que eu domine ou me fascine.... No meu caso valeu pela pequena exposição de fotografia que havia no piso 0, uma vista diferente do Sacré Coeur, e o relógio lindíssimo que dá brilho ao enorme hall central do museu. Saídos do museu, dirigimo-nos aos Petit e Grands Palais, a caminho dos Champs Elysées. De seguida subimos os Champs-Elysées até ao Arche du Triomphe tendo subido lá acima: era mais do mesmo (pelo lado positivo): uma vista de sonho para todo o lado. É igualmente um grande exercício de preparação física pois a única forma de chegar lá acima é subindo escadas... No interior do Arche de Triomphe havia lá uma explicação interessante sobre o monumento em questão, a qual infelizmente não me recordo (shame on me...). Após a subida ao Arche du Triomphe, seguia-se o Trocadéro, onde há desde logo uma concentração enorme de turistas a tirarem fotos à Tour Eiffel, que seria o nosso destino seguinte. Seria, digo bem, porque não foi! Apenas estivemos na sua base pois o último andar encontrava-se encerrado e eu sou assim: ou é tudo, ou nada! Após mais algumas fotos nas redondezas regressámos novamente a casa, e novamente a pé. Foi obra...

Chegados ao dia 5, e tantas as vezes que tínhamos andado a pé, não se fez nada de especial: apenas um regresso à Tour Eiffel para ver se dava para subir. Infelizmente não foi possível pelas mesmas razões da véspera. Resolvemos então deslocar-nos até Les Halles e os lados do Georges Pompidou, tendo depois regressado cedo a casa, não só pelo cansaço mas também porque era preciso preparar o Réveillon. No dia seguinte deu-se o regresso a Lisboa...

Para finalizar, gostaria de falar do que não fiz desta vez mas que recomendo: Versailles vale sempre a pena, La Villette, para quem gosta de ciências, também, e para finalizar, se puderem e estiver bom tempo, não hesitem! Andem de bateau mouche, de preferência ao final do dia, a imagem com que concluo este post fala por si, penso eu!


P.S. Todas as fotos utilizadas no blog foram tiradas durante as viagens que serão relatadas, excepto se houver indicação em contrário.

As viagens

Viajar é algo que desde criança me fascinou. Felizmente já tenho algumas para contar... Brasil e Paris, foram até hoje, os destinos mais frequentes, mas houve muito mais. Mas ainda mais são as viagens de sonho por concretizar: América do Sul, Itália, Transsiberiano, Irlanda são algumas viagens planeadas há uns anos, mas com data desconhecida para cumprir. São sonhos, que espero concretizar... Nos próximos dias começarei por falar de destinos que já visitei. Os meus sonhos, esses, ficam mais para a frente. Acredito que também gostarão!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Viagens de sonho

Boa noite malta!
Alguns pensavam que eu apenas gostava de escrever sobre desporto, e futebol em particular. Mas hoje resolvi lançar-me num novo desafio! A partir de hoje poderão acompanhar aqui as viagens da minha vida, as minhas viagens de sonho: seja as que já fiz, seja as que quero realmente fazer!

Até à próxima!